Informações
Esta dissertação tem como foco a Exposição Internacional de Paris de 1937. Tal qual as outras exposições universais parisienses precedentes, ela também procurou responder e imaginar soluções para os crescentes problemas econômicos, culturais e políticos de seu tempo, por meio de mensagens ideológicas elaboradas divulgadas pelo espetáculo e pelo entretenimento – em específico sobre os valores da identidade nacional francesa e o futuro da nação, em xeque em 1937 graças a profunda divisão política interna e a rejeição generalizada da modernidade. O estado brasileiro, presença cativa nestas exibições desde o século XIX, também participou da exposição e se fez representar por meio da construção oficial de um pavilhão nacional. Chama a atenção as particularidades do cenário político internacional em que este evento teve lugar. A década de 1930 se caracterizou por uma crise econômica sem precedentes do capitalismo, pela derrocada da democracia representativa, pela ascensão do nacionalismo e da política de massas, pela escalada da belicosidade que conduziria a Segunda Guerra Mundial e pela crise do liberalismo político, que perdeu sua validade universal. Se o cenário francês não era tranquilo, tão pouco o brasileiro, marcado pela tomada do poder por Getúlio Vargas e pelo golpe do Estado Novo. Esta dissertação tem como objetivo analisar como a exposição de 1937 - conflituosa e inconsistente, graças as disputas entre seus participantes e organizadores pela definição de modernidade, progresso e identidade nacional nas exibições e planos arquiteturais – assinalou a crise do liberalismo mundial. (DIAS, 2017, p.8)