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Algumas Fontes para o Estudo de Mudanças de Percepção sobre os Gabinetes de Curiosidades e as Práticas Colecionistas da Era Moderna à Contemporânea
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Algumas Fontes para o Estudo de Mudanças de Percepção sobre os Gabinetes de Curiosidades e as Práticas Colecionistas da Era Moderna à Contemporânea
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O presente trabalho apresenta alguns apontamentos sobre fontes de diferentes períodos históricos de interesse para o estudo das práticas de colecionamento da Primeira Idade Moderna, em especial coleções enciclopédicas convencionalmente denominadas “gabinetes de curiosidades”. A compreensão contemporânea dessas coleções ecoa a forma como foram descritas e categorizadas ao longo da história, e a referências selecionadas ilustram algumas das mudanças de percepção e apreciação das coleções da Primeira Idade Moderna em momentos diversos. As fontes aqui reunidas foram: Samuel Quiccheberg, Inscriptiones vel Tituli Theatri Amplissimi, 1565; Robert Hooke, “Lectures and Discourses of Earthquakes and Subterraneous Eruptions”, 1705; M. d’Aubenton e Denis Diderot, “Cabinet d’Histoire naturelle”, Encyclopedie, 1751; Felice Fontana, Saggio del real gabinetto di física e di storia naturale di Firenze, 1775; Thomas Greenwood, Museums and Art Galleries, 1888; David Murray, Museums: Their History and their Use, 1904. (CARVALHO, 2017, p.107)
Por gabinetes de curiosidades – alternativamente chamados na literatura de “câmara das maravilhas” ou variações dessas duas expressões em diversos idiomas – convencionou-se denominar coleções majoritariamente privadas, de caráter enciclopédico, baseadas na compreensão então vigente de que as relações entre os objetos colecionados correspondiam às relações entre os fenômenos naturais e artificiais do cosmo, que vigoraram sobretudo na Europa dos séculos XVI e XVII – um fenômeno histórico específico dentro da história das coleções61. Entretanto, conforme apresentei alhures62, a expressão comumente figura, tanto em discursos acadêmicos como naqueles voltados ao público amplo, como síntese de todas as práticas colecionistas do início do Período Moderno e como antecessores diretos dos museus de arte e ciência da contemporaneidade. Naquela ocasião, argumentei que a noção sintética atual de gabinetes de curiosidades ecoa a forma como essas coleções e práticas foram descritas e categorizadas ao longo do tempo, com a permanência de interpretações que se originaram junto ao colecionismo ilustrado, o que tanto esconde a variedade de manifestações do colecionismo da Primeira Idade Moderna como dificulta a compreensão dos valores, usos e significados que esses objetos, seu colecionamento e sua exibição tomavam à época. (CARVALHO, 2017, p.108-109)
Referências
CARVALHO, Carolina Vaz de. Algumas Fontes para o Estudo de Mudanças de Percepção sobre os Gabinetes de Curiosidades e as Práticas Colecionistas da Era Moderna à Contemporânea. In: Anais - III Sebramus, 2017. p. 107-122.