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Foi em 1851 que a famosa exposição londrina, The great exhibition of the works
of industry of all nations, inaugurou a era das exposições universais. As exposições seguintes foram organizadas em intervalos irregulares, a maior parte em Paris e nos Estados Unidos (Greenhalgh, 1988). A pesquisa recente, principalmente a anglo-saxônica, salienta os fenômenos como a representação do
imperialismo e do exotismo e suas percepções para um público de massa . Mas não se pode esquecer que as exposições universais do século 19 foram um dos meios de comunicação para os atores profissionais e científicos (Kroker, 1975). É especificamente este o caso no campo da educação. A partir de 1862 as exposições universais continham seções escolares, as quais possuíam certo número de elementos que se repetiram em todas as exposições sucessivas. Primeiramente apresentava-se o aspecto físico das instituições educativas, seus planos, depois as fotografias e as escolas-modelo reconstruídas para a exposição. Em seguida, objetos pedagógicos eram apresentados em grande número, de canetas a máquinas de calcular e quadros murais. Além do mais, as exposições se pareciam com bibliotecas, porque continham livros pedagógicos e manuais escolares. Finalmente, trabalhos de alunos tinham a função de provar o sucesso dos métodos aplicados. Além das exposições escolares propriamente ditas, conferências e congressos nacionais foram organizados no contexto das exposições universais a partir de 1876. As exposições universais abarcavam toda a educação, dos jardins de infância às
universidades. Entretanto, a ênfase recaía no ensino primário, no ensino técnico e, mais tarde, no ensino superior. Neste artigo vamos nos concentrar no exame do ensino primário, com especial atenção para segunda metade do século 19. Cabe destacar que, em muitos países, tal ensino se encontrava em uma fase de expansão e de institucionalização, o que explica sua forte presença nas exposições (DITTRICH, 2013, p. 215)