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omo veremos, a realização de exposições foi crucial para que se disseminasse uma nova maneira de conceber o conhecimento socialmente construído e fazer com que grupos sociais “dominantes”, cada vez mais alinhados com a ideia de que eram eles próprios portadores de valores civilizacionais e de progresso humano, fossem alçados à categoria de protagonistas principais do processo de transformação social.23 Para esses grupos, tampouco havia dúvida em relação à “vitória da ciência” que ganhava expressão máxima com as inovações tecnológicas que se espalhavam rapidamente pelo mundo durante a segunda fase de industrialização na Europa. Nesse capítulo, colocaremos em foco o problema da necessidade de uma visão crítica e abrangente dos processos concretos24 que resultaram na modernização das sociedades e na possibilidade de inovar e difundir conhecimentos, notadamente no que concerne o campo da ciência e da tecnologia. Mais do que exaltar o progresso, de maneira abstrata e intangível, as exposições foram responsáveis durante a segunda metade do século XIX pela difusão de invenções e descobertas que se tornaram símbolos de um novo e extraordinário poder de dominação da natureza. Não obstante, é preciso entender o contexto em que se desenvolveram. (...) (FERREIRA, 2011, p.43)