Informações
A historiografia sobre as Exposições Universais ressalta que estes eventos tiveram
origem em certames de cunho nacional no final do século XVIII na França. Daryl Hafter estudou um destes eventos: a Exposição Industrial de 1806, que foi a maior entre estes certames precursores entre o final do século XVIII e início do século XIX. D. Hafter aponta que as Exposições precedentes ocorridas em 1798, 1801 e 1802 tiveram um foco estritamente parisiense. O evento de 1806 buscou por sua vez demonstrar a opulência do regime imperial francês. (SANTOS, 2009, p.12)
O tema central do artigo reside em como as Exposições Nacionais ocorridas no Rio de Janeiro (em 1861, 1866, 1873, 1875, 1881 e 1888) exibiram as inovações de maquinário empregadas na agricultura. Em virtude do seu caráter pedagógico, de persuasão e diante de um quadro de poucas transformações adotadas pelos proprietários agrícolas brasileiros, comissários como Rozendo Muniz Barreto acreditavam no poder das Exposições como elemento para contribuir para a modernização do setor agrícola brasileiro. A tônica geral dos apontamentos dos comissários encarregados de julgar as Exposições está na crítica ao quadro de “atraso” e “rotina” em que a agricultura brasileira encontrava-se. O autor ainda levanta outra questão em seu texto, i.e., que a “elite escravista ilustrada” que organizava, julga e participava das Exposições Nacionais não via contradição entre a adoção de inovações técnicas na agricultura e a manutenção da mão-de-obra escrava. (SANTOS, 2009, p.11)