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Nesses estudos, as Exposições Universais da segunda metade do século XIX e, no caso brasileiro, os instrumentos científicos e máquinas que nelas eram expostos, tornaram-se objetos particulares da minha atenção. Um fato se destacava: de volta ao seu lugar de origem, esses instrumentos tiveram uma trajetória bastante diferente de muitos dos europeus: não deram origem a coleções de museus, como foi o caso do Science Museum de Londres, que teve como acervo inicial o material exposto na Exposição de 1851. Os instrumentos científicos e máquinas que voltaram para o Brasil, após esses eventos, ficaram sob a guarda de diferentes instituições e sem tratamento adequado. As notícias que recolhi sobre a situação desse material em alguns países na América Latina não são muito diferentes das obtidas no Brasil, o que revela a ausência de políticas de patrimônio que tenham como horizonte a preservação, a exposição e a pesquisa sobre instrumentos científicos e máquinas. Sendo assim, para o pesquisador que pretende iniciar seus estudos sobre a temática dos instrumentos científicos na América Latina, a documentação sobre as Exposições da segunda metade do século XIX é uma fonte essencial. Outra constatação foi a de que os trabalhos acadêmicos realizados no Brasil sobre estes grandes eventos, dos anos 1980 para cá, não se ocuparam da participação dos países América Latina. Sendo assim, este trabalho se desenvolveu na confluência de linhas de pesquisa que, embora plenamente articuláveis, permanecem, até hoje, em grande parte dissociadas na produção historiográfica nacional. Trata-se de pesquisas em História das Exposições Universais e a História dos Instrumentos Científicos. (HEIZER, 2005, p.11-12)