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Esta tese de doutorado procurou analisar exposições voltadas a culturas africanas e das diásporas negras. Nesta pesquisa formulamos questões relacionadas à presença de matrizes culturais africanas e de referenciais simbólicos que sustentem embates em torno da diversidade cultural do patrimônio brasileiro, trazendo a instituições culturais deste gênero o compromisso com discursos e imagens por elas produzidos e transmitidos. Neste sentido, os museus e instituições similares apresentam-se como chave no processo de criação de imagens e imaginários, devendo ser repensados seus conteúdos e formas de explicitá-los em exposições. O ocidente tem produzido referenciais simbólicos acerca do continente africano, dos povos que lá viveram e ainda vivem, que em certo sentido têm contribuído para a difusão e manutenção de estereótipos acerca de culturas africanas, sendo criadas, também idéias negativas sobre a presença de negros nas culturas ocidentais, além de omissões importantes relacionadas a fundamentos da participação de homens e mulheres negros e mestiços nas sociedades contemporâneas. Consideramos tal recorrência de imagens e sentidos como heranças de práticas sociais que utilizaram exposições ou outros meios de divulgação, em projetos de construção de imaginários sobre a superioridade de brancos em detrimento de outras etnias. Neste trabalho, através de pesquisa de campo e documental, analisamos tais processos de construções ideológicas no Brasil e Europa, tomando como exemplo Portugal e sua proposta colonial imperialista. Foram analisadas exposições em museus nas cidades de Salvador-Ba e Recife-Pe, identificando-se recorrências no tratamento do tema em suas exposições. Também foram visitadas e analisadas exposições em Lisboa, Paris e Tervuren, onde identificamos novas formas de construção de discursos sobre culturas africanas e suas inserções no ocidente. (CUNHA, 2006, resumo)